Este texto quer ser um ponto para o xadrez do Rio, na verdade sonha em ser ponto final no clima nada amistoso que reina no xadrez carioca, sonha também em ser um ponto de partida para construção de um novo projeto onde caiba todos que querem e podem contribuir para um xadrez forte em nosso Estado, mas com certeza será um ponto de partida para iniciarmos uma discussão, se possível fraterna e construtiva sobre os rumos do xadrez no Rio de Janeiro.
Em primeiro lugar, preciso dizer que este texto reflete a minha opinião pessoal, eu Patrick Monnerat diretor do CXTR e não a opinião do CXTR como um todo, até porque não discutimos este texto internamente. Pensei inclusive em colocar este texto em outro canal que não o Blog do CXTR mas confesso que não teria o mesmo alcance, sei que vários dirigentes, atletas e amantes do xadrez visitam ocasionalmente o nosso Blog e acho que aqui é o melhor lugar para iniciarmos esta discussão.
Não é segredo de quase ninguém que existem dois blocos divergentes na condução do xadrez no Estado: o bloco liderado pela Fexerj e seus clubes aliados e o bloco denominado Convergência. Sabemos também que a "briga" já é antiga mas que recentemente vem se acirrando e com a formação da Convergência ruma para total separação. Confesso a todos vocês que num primeiro momento procurei me manter neutro nesta discussão, inclusive dizia que esta briga não era minha minha. Confesso também, que tenho formação Marxista e lembro sempre que quando eu era adolescente na cidade de Leopoldina em Minas Gerais o estabelecimnto comercial de meu pai tinha colado um texto de Bertold Bretcher intitulado "O Analfabeto Político" que diz respeito a quem se orgulha de não gostar de política sem conseguir enxergar que todos os problemas sociais são consequentes de atos políticos. Assim, também estava agindo como um analfabeto enxadrístico, querendo não tomar partido em situações que se referem ao esporte que eu amo. Confesso por último, que ao decidir me posicionar tentei fazer como Marxista um paralelo entre a política sócio-econômica com os problema do xadrez no Rio. Quando na política ouvimos falar em conciliação de classes, geralmente estamos diante de um papo furado das classes dominantes querendo diminuir os direitos da classe oprimida, ora se no capitalismo os interesses são antagônicos não pode existir conciliação. Mas, no xadrez do Rio acredito ser diferente. Por mais que os dirigentes do xadrez carioca possam divergir acredito que todos envolvidos com o xadrez no Estado de uma forma ou outra gostam do xadrez e querem, mesmo que as vezes equivocadamente, seu bem. Então pensei, será possível iniciar um movimento que possa juntar a todos e juntos construírmos um xadrez forte no Estado? Por que não? Amigos, estamos, querendo ou não, no mesmo barco, chamado xadrez carioca, vamos continuar uns remando para um lado e outros pro outro lado ou vamos juntos remarmos para frente. Qualquer movimento deve somar e não diminuir nosso xadrez. Concordo plenamente com toda crítica que o movimento Convergência faz da atual gestão da Fexerj. Podemos fazer muito mais: mais Fide, mais regionais, mais xadrez escolar, mais xadrez de base, mais atualização do site da federação, mais poder aos clubes nas decisões, maior respeito aos horários. Mas convenhamos Convergir hoje é apenas Divergir da Federação e eu sei que a gente pode muito mais. Não, ainda não estou propondo que nos sentemos todos juntos num barzinho da Lagoa para tomarmos juntos um choppinho. Mas um primeiro passo seria procurarmos parar de marcar eventos que concorrem por um mesmo público na mesma data. Ou quem sabe até findarmos o boicote mútuo de vários jogadores e dirigentes que não participam de eventos do "outro lado". A intolerância é o pior mal da atualidade e nós temos sidos intolerantes uns com os outros. Certas vezes até pensamos diferentes, outras vezes discordamos pelo simples fato de estarmos em lados opostos. Fica parecendo algumas torcidas organizadas de time de futebol, odeia-se os demais porque se torce para times diferentes. Tenho consciência de não ser o dono da verdade e nem quero parecer ingênuo ao lançar a paz no xadrez do Rio. Também não tenho pretensão política nenhuma, não sonho em ser dirigente da federação no futuro nem nada parecido, apenas acredito que nos três anos em que me dedico ao esporte (apesar de ser um grande capivara) que sou apaixonado, conheci muitas pessoas dos dois lados desta divergência que também amam o xadrez e juntos podemos fazer muito pelo xadrez no Rio de Janeiro que não é o Estado onde nasci mas o que eu escolhi para viver, criar minhas filhas e junto com elas defender. A discussão está lançada, todo comentário sem baixarias ficará no ar, textos que possam contribuir ou mesmo expressar pontos de vistas coincidentes ou não do meu serão publicados (enviar para patrick.monnerat@bol.com.br). Viva o xadrez carioca.
É parece que ninguém quer omitir opinião nesta polêmica. Talvez as pessoas concordam com o que eu escrevi ou sei lá, talvez pouca gente que é dirigente no xadrez carioca tem nos visitado ultimamente. O texto continua aberto a comentários, críticas ou concordância. Abraço a todos.
ResponderExcluirCaro Patrick,
ResponderExcluirem primeiro lugar gostaria de felicitá-lo pelo texto claro e coerente. Acredito sim em coesão daqueles que realmente pensam no engrandecimento do xadrez do nosso estado; é possível sim unir pessoas que amam o nosso esporte para melhor organizá-lo e essa união só fortalecerá a prática do enxadrismo fluminense.
Por esses motivos estamos na CONVERGÊNCIA, um grupo de amantes do xadrez que colaboram entre si e que prima, principalmente, pelo respeito ao jogador no cumprimento ao horário, no ambiente para a prática do nosso esporte. Algumas providências na organização de um torneio são necessárias e não estamos vendo isso nos últimos anos nos organizados pela federação. Infelizmente. Ninguém, de sã consciência, gostaria de estar assumindo este compromisso com os enxadristas do Rio se a federação fizesse sua parte. E ela não faz. infelizmente. Formamos um grupo de jogadores, professores, dirigentes e amantes do xadrez que tentamos dar um mínimo de dignidade esportiva a prática do xadrez. E somos muitos, porque muitos são os que amam xadrez do Rio de Janeiro. Como eu e você.
AMORIM
Patrick
ResponderExcluirVc sabe em particular,pq nao respondi antes. Alias,eu é q alertei o Amorim do texto.Espero q outros postem...
Foi um dos textos mais SENSATOS (eis o termo) que tive a opotunidade de ler. Feliz a frase "Mas convenhamos Convergir hoje é apenas Divergir da Federação e eu sei que a gente pode muito mais." E é aí q discordo do Amorim....Querendo ou nao,os "convergentes" sao a FEXERJ,dela fazem parte. Mudanças devem ser feitas de modo legal,organizado. Nao é preciso dizer "EU FACO,VC NAO FAZ" pra mostrar algo.O resultado fala por si, não é preciso razao politica. Sei que vc quer conciliar,mas o passo deve ser dado por todos.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos amigos Amorim e Marcelo que ao comentarem esta postagem fizeram com que eu sentisse que ela não foi em vão e mais que isso, mostrou que podemos iniciar uma discussão dos rumos dos xadrez no Estado com respeito e sem ataques pessoais que diminuiriam os objetivos desta postagem. Queria deixar claro, que não sou contra a formação da Convergência ou de qualquer outro bloco de agrupamento que possa ajudar a organizar eventos, isso porque existe falhas nos eventos organizados pela federação mas acho que não se pode virar uma "federação paralela", disputando com a própria fexerj. Outra coisa é o seguinte, xadrez no Brasil não dá grande prestígio, não dá dinheiro, ao contrário consome muitas vezes nossas economias, o que pode ter levado as divergências até os níveis atuais aqui no Rio. Eu sei, muita gente vem e joga um pouquinho de lenha e a fogueira só vai aumentando, eu quero ajudar a apagar essa fogo e colaborar num projeto em que as pessoas que amam o xadrez neste Estado possam se encontrar, jogar novamente juntas mesmo existindo modos diferentes de se pensar. O primeiro passo está sendo dado. Mais uma vez obrigado pelos comentários.
ResponderExcluirPrezado amigo, seu texto é interessante, não faço parte da Convergência , nem sou aliado a FEXERJ, embora ainda tenha dialogo com alguns dirigentes que tentam fazer ainda algo pelo xadrez, ( ex: Einhorn que me falou de seu blog, Sergio Dias que me convidou para o Magistral e Marcelo Santos que concertou/quebrou meu computador)a situação chegou num ponto que acredito ser impossível a conciliação, principalmente por ter um processo que esta na fase de sentença que decidirá se o Barata, continua ou não como presidente da FEXERJ, em relação a aos eventos organizados pela FEXERJ, muitas vezes vejo reclamações de começarem atrasados, barulho, discussão, vaia, eu joguei um que não tinha nem planilha, já os eventos da Convergência costumamos ver o seguinte: “... A arbitragem ficou a cargo do competente AF Élcio Mourão e a organização do torneio foi espetacular ...”,
ResponderExcluirMais te desejo boa sorte na empreitada.
MF/AF Eduardo Arruda
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrezado MF/AF Eduardo Arruda, obrigado pela visita ao nosso blog e pelo comentário desta postagem. Seu texto foi muito importante para que eu pudesse refletir sobre o que eu escrevi. Na verdade li e reli seu comentário e também ao meu texto e me preocupei, pois em algum momento posso ter "vendido" a imagem que meu texto poderia ter sido já "arquitetado" com a própria federação ou com algum dirigente da Fexerj. Se em algum momento alguém chegou a pensar nesta possibilidade se enganou. Não! eu sou um crítico da atual administração, acho que a federação faz pouco e poderia fazer muito mais. Mas nem tudo é para se jogar fora, o circuito do regionais por exemplo, é uma maneira muito legal de levar xadrez ao interior e aqui em Três Rios muitos jogadores da cidade só disputam os torneios locais e o regional daqui, isso porque vários jogadores têm dificuldade em poder viajar seja financeiramente ou por ser menor. E mais, os 2 regionais aqui em 2010 e 2009 foram muito bem organizados, você sabe pois jogou em 2009. Quero mais uma vez deixar claro que não sou contra a formação da convergência, não sou contra a formação de blocos de oposição, nem mesmo sou contra o processo que existe contra a Fexerj, pois na verdade não tenho competência jurídica para julgar sua validade, mas, se há algo ilegal e esta ilegalidade torna a atual direção "fora da lei" que realmente se casse o mandato de quem se deva cassar. Minha preocupação não é juntar todo mundo como amiguinhos e fazer todos esquecerem o passado, quem não sabe da história do passado não pode organizar o futuro. Minha preocupação é outra, a política da Convergência hoje está sendo divisionista, não me admira se em breve não teremos no Rio 2 Rating: o da fexerj e da convergência. Existe hoje uma disputa por jogadores e por clubes. Ora, as duas Forças do xadrez no Estado estão disputando quem é mais forte. Acho que a Convergência assim como os clubes podem sim organizar seus torneios, aqui em Três Rios, por exemplo, faremos neste ano o III Open, torneio que fazemos questão que seja nosso, do CXTR, e não junto com a fexerj, e que no ano passado foi arbitrado pelo competente AF Élcio Mourão. Mas hoje o que se propõe a convergência é ser uma federação paralela, os clubes são chamados a se "filiarem". Para que ter uma federação oficial? A convergência já faz. Eu acho diferente, se a federação não faz tudo que queremos, vamos mudá-la, se for preciso de processo que assim seja, se for na próxima eleição que nos organizemos, se for através do diálogo que conversemos. É como se fóssemos os trabalhadoers de uma fábrica e nosso sindicato tivesse uma direção que não nos representasse, o que fazer? Montar outro sindicato ou mudar a direção? Tá hora da gente pensar grande, também acho que o Rio de Janeiro deve voltar a ocupar o seu lugar de direito no cenário nacional do xadrez. Vamos construir juntos, sem rótulos, os rumos futuros do xadrez. Se tiver gente da federação no meio, tudo bem, gente da convergência no meio,tudo bem, pessoas como eu e você que não fazemos parte de nenhuma das duas, mas que gostamos do xadrez e acreditamos nele como uma ferramenta de trasmormação na vida das pessoas, tudo bem também. Mas não podemos deixar as coisas caminharem para ruptura completa e a formação de 2 Poderes no xadrez do Rio de Janeiro. Por fim, na próxima etapa do circuito 21 da Convergência na AABB em agosto, farei de tudo para participar, tenho certeza que lá poderemos conversar mais, espero também, que vocês craques do xadrez não me vençam em menos de 15 lances, pois sou um GC, grande capivara. Cordialmente Patrick Monnerat
ResponderExcluirUma coisa que vc falou agora em relação ao rating, vou comentar, a convergência jamais fará um rating , pois não precisa pois existe o rating FIDE, já achei no passado, o rating FEXERJ muito importante, hj em dia tenho duvidas sobre a sua necessidade, alem de ser calculado de forma antiquada (= 1972) e calculado totalmente diferente dos ratings da CBX e FIDE, embora eu ache que o rating CBX Tb não tem mais utilidade.
ResponderExcluirSua utilização trás divergências e irrita os jogadores que tem rating FIDE.
Muitas vezes vemos um jogador sem rating FIDE ser beneficiado no emparceiramento ficando na frente de um jogador com rating, acredito que se a FEXERJ pelo menos respeita-se as regras da CBX e FIDE, como esta escrito em seu estatuto esses infortúnio acabariam, o correto é usar todos os ratings internacionais e depois os locais ou CBX.
Parabéns, seu blog esta muito bom.